quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Decifra-me

As palavras pairam densas em minha órbita
Inquietas, dançam sofregamente
Como asas inertes de um colibri aprisionado
Sonhando com a liberdade de simplesmente ser
Sem o temor de permitir-se
Apenas existir em sua plenitude

Quanto à possibilidade excêntrica de nutrir a vida
Com fragmentos de felicidade...
Sentimentos ansiosamente desejosos pelo corpo e pela alma
Reprimidos pela razão
Causando embrulho no estômago
E dilacerando o coração lentamente

São como estas palavras
Inaudíveis, indescritíveis, indecifráveis...
Ecoando silenciosamente na imensidão do meu âmago
Escancarado, vulnerável e susceptível
A ânsia de viver tudo de uma vez
Das loucuras do meu coração selvagem

Seria melhor beber o néctar da vida lentamente
Vivendo um devaneio instantâneo...
Estaria minha felicidade
No paradoxo dessa ilusão?
Ah Ilha dos Sonhos:
Cercada pela imensidão das águas da esperança.